Há tempos sem escrever...

... mas ainda assim a política não muda nada.

Vim resgatar meus textos há tempos escritos aqui, numa época onde eu tinha muito a dizer e muito tempo livre para fazê-lo. Há tempos não postava aqui, nem entrava para ver o que há tempos havia escrito. E vejo que há tempos nada muda, nada mudou. Há tempos que políticos não fazem nada quando eleitos, mas prometem mundos e fundos enquanto candidatos. Que bobagem falar naquilo que todo mundo já sabe. E há tempos que digo isso, mas eu ainda não havia dito tão publicamente. Certamente ninguém lerá isso, como há tempos não leem. Mas tanto faz, pois há tempos que venho colaborando com a criação de conteúdo na internet. Há tempos...

Os bois de piranha.

"Se gritaria resolvesse alguma coisa, porco não morria daquele jeito". Com essa frase motivacional e super criativa de um senador das minorias oposicionistas sei lá de que, acabo de concluir que o Congresso Nacional, em especial o Senado Federal, entrou para valer na era degelo rural. Não bastassem os bois mal explicados e os laranjas sócios comportados, agora surgem os porcos histéricos a gritar. Quais serão os próximos animais e vegetais que surgirão naquela grande fazenda pública nacional?

Me perdoem os ruralistas, que há tempos, longe de suas porteiras estaduais, utilizam de seus currais eleitorais para galgar mandatos no matadouro federal, mas agora quem manda na carne seca e espreme a laranja até o bagaço, é o Presidente que virou suco na cadeira de couro azul e que vende gado supervalorizado para açougue inexistente num estado com aftosa não erradicada.

Está certo que vira e mexe os intelectuais cidadãos daquela casa legislativa, acima de qualquer suspeita, vivem a trocar farpas quando um, dentre os demais, aparece na mídia com suas improbidades e assim expõe a todo mundo que consegue perseverantemente encobrir as próprias e proteger todo o sistema corrupto como um todo.

Não bastassem os laranjas a virar suco no final de toda apuração, chamar bate-boca,de gritaria de porco, já é um pouco de abuso para a oposição. De que mesmo? O finado ACM que o diga, na sua briga com o ainda vivo, e bem vivo Barbalho, que resultou num poderoso toma lá dá cá do cara... Perdoem por não completar a rima.

Denuncias a surgir para comprovar isso ou aquilo, não acredito que ali, alguém blasfeme a antológica frase "atire a primeira pedra", principalmente numa sessão aberta ao público, sob pena de virarem Madalenas sem a divina intervenção do Redentor, que certamente defende as mães, mas não protege os filhos das putas.

É claro que o criador alagoano de gado, ministro no mandato do renunciado amigo de estado que agora collori retornado, não é inocente tal qual seus indecentes colegas de outros estados. A questão é se o associado de laranja vai deixar tudo virar suco ou cuspir caroço para todo lado. Se for macho como o amigo de saco roxo, fará igual ao acontecido na outra casa parlamentar, quando o barítono alinhado após uma cirurgia alimentar, antes de ser cassado, também acusou um outro aliado e meio mundo para lhe acompanhar.

Isso é o que dá pular a cerca e pagar pensão com dinheiro de vaca vendida. Na hora de comer a maminha não convidou ninguém, mas para pagar a fraldinha precisou da grana de um certo alguém. E agora, segundo boatos, talvez possamos todos ver a filé mignon maturada sair pelada em revista masculina por um preço não muito maior que uma dúzia de laranjas. E com certa vantagem, pois não terei que mostrar imposto de renda e nem informar quem pagou a revista para mim.

Êta Senado Rural! Agora estão a escolher mais um boi de piranha. Aquele "mais fraco", que sangrando, é colocado numa parte abaixo do rio, para servir de alimento as piranhas enquanto o restante do gado passa com segurança. Ai surge em mim uma pergunta que não se faz calar: quando o boi fraquinho é um xará do jogador de volei da velha guarda, com suas histórias de laranjas e gados alagoanos, quais são então os desvios vinculados ao restante do gado bem de saúde e de bem com a vida, cada qual em grupo de três dos demais estados?

Nota de Esclarecimento

Peço a compreensão daqueles que insistentemente comparecem aqui para engrandecer sua cultura com este material científico, mas confesso que é impossível acompanhar diariamente o rítmo frenético com que se produz lixo público neste pais.

Assim sendo, só me reste pedir que orem para diminuir essa prática infame nacional ou para que eu ganhe na megasena e contrate centenas jornalistas de apoio. Só então conseguirei deixar essa página efetivamente atualizada e milhões de leitores felizes.

Até lá, minhas mais sinceras desculpas.

Não ofenda nossos poetas

Memoria de 22/09/2005 - Severino Cavalcanti renuncia a Presidência da Câmara e ao mandato parlamentar e livra-se do processo de cassação que poderia originar a perda de seus direitos políticos, por participação em escandalos de corrupção.

Finalmente Severino pegou seu jegue e sai pelos fundos. Mas peço uma coisa, EX-deputado, EX-presidente, EXplorador de restaurantes e do dinheito público. Não ofenda a memória de nossos poetas, citando-os em seus discursos, pois o senhor não possui cabedal, nem intelectual, nem moral, para EXpor, à sua causa, a imagem de pessoas íntegras deste pais

Bravo Bravíssimo

Memória de 14/09/2005 – Em sessão presidida pelo Deputado Nono, Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, em substituição ao Presidente Severino, foi cassado o mandato do Deputado Roberto Jefferson do PTB, autor das denúncias que desencadearam a instauração das CPMI´s dos Correios e do Mensalão, mas que também serviram de base para argumentação ao pedido de sua cassação, impetrada no Conselho de Ética da Câmara, pelo ex-Deputado fujão Waldemar da Costa Neto do PL, também envolvido nos mesmos escândalos.

Que sorte Bob Jeff! Cassaram somente o mandato, mas acredito que queriam caçar a pessoa. Na realidade acredito que deveriam caçar a entidade, no intuito de eliminar qualquer possibilidade de retorno à vida pública. Mas o corporativismo sempre pega mais forte. Mesmo assim, cassaram Roberto Jefferson, o ex-gordo que usou de caras e rostos para desmascarar o maior esquema de corrupção do Governo na era Lula, uma vez que ainda não existiram caras e rostos para desmascarar na era FHC, Itamar, Collor, Sarney e lá vai era nisso. Quem sabe surjam outros Roberts com tamanha pretensão.

Mas independentemente disso, o Congresso sentirá sua falta. Quem cantará óperas e será o barítono, soprano, tenor ou profano das árduas sessões da Câmara? Quem usará aquelas maravilhosas camisas rosa ou lilás dentro de mafiosos ternos de linho riscado? Quem ironizará tal qual você o fez e odiará tanto quanto você demonstrou? Quem sentirá os mais profundos instintos primitivos com a mesma veracidade que você externou? Quem se despirá perante a Nação e falará somente a verdade assim como você o fez? Uma última pergunta. Jeff, que papo é esse de tirei a roupa do Rei? Fique experto Bob, pois instinto primitivo associado a Rei sem roupa, é coisa de pervertido. Pode representar libido reprimida, e assim sendo, o ódio que sente pelo Dirceu pode ser encarado como amor, já que ambos andam juntos. Calma com as frases Bob, calma.

O Brasil sentirá sua falta, não pela sua representatividade, mas por sua representação. Você é uma artista. Supriu-nos de diária dramaturgia num momento em que a TV peca por falta de assunto. Perdeu o emprego básico de parlamentar no Congresso, mas quem sabe, poderá arrumar uma atuação em algum quadro básico de revelações artísticas, já que outras revelações talvez o Brasil não agüente.

Adeus Bob, adeus! A Deus pagará sua penitência na hora do juízo final, porque no julgamento parlamentar você já dançou gostoso. Só nos resta agora cobrar a justiça civil e penal pelos atos praticados. Mas mesmo assim, adeus Jeff! Saiba que, apesar de sua relevância política, sua ausência não mudará muito a imagem do Congresso, uma vez que ainda sobraram quinhentos e poucos ROBERTS que precisam pagar também pelos seus crimes eleitorais e suas apropriações de cargos e vantagens em inúmeros órgãos públicos espalhados por esse tão roubado Brasil.


Para registro histórico (desculpem eventuais repetições):

Que a política é podre, parece ser um consenso nacional, mas cá para nós, haja podre nisso. É bom sempre deixar registrada a história que desencadeou essa cassação – a primeira - e outras duas renuncias parlamentares já concretizadas.

Há pouco mais de 3 meses, Roberto Jefferson se viu acuado pela matéria divulgada na imprensa, envolvendo seu nome em denuncias de corrupção nos Correios. Um vídeo incriminou o pobre inocente. Tentou amenizar a barra junto ao Gabinete Civil, comandado pelo então Ministro José Dirceu do PT, solicitando do mesmo sua interferência junto às emissoras de TV, no intuito de abafar o caso, mas não obteve sucesso. Como viu que a coisa ia feder para seu lado, decidiu colocar a boca no trombone e jogar merda no ventilador, denunciando aquilo que sabia ou imagina saber sobre a corrupção do Governo na compra de votos de deputados – o mensalão – para aprovação de leis de interesse do executivo. Foi o estopim de uma bomba atômica. Surgiram nomes como Delúbio Soares e Silvinho Pereira, respectivamente Tesoureiro e Secretário Geral do PT, Karina Somagio, secretário do Publicitário Marcos Valério, proprietário de uma série de empresas de comunicação, envolvidas em esquemas de super faturamento em contratos de publicidade, arrecadação e distribuição do mensalão aos deputados da base aliada do Governo.

Até Duda Mendonça apareceu na CPI contando outra bombástica história. Foram pegar até um doleiro preso para delatar o esquema de lavagem de dinheiro no exterior envolvendo Marcos Valério e Duda Mendonça. Caramba, é muita merda para contar num texto. Mas o alvo principal de Bob Jeff, talvez por revanche, inveja ou outro sentimento maior, sempre foi José Dirceu, acusado de ser o mentor do esquema do mensalão e, por conseguinte, chefe de uma quadrilha de ladrões dos cofres públicos.

Mas Dirceu não foi o primeiro a dançar. Na quadrilha pouco genuína, também aparecia José Genoino, Presidente do PT, que decidiu iniciar o baile sozinho, mesmo sabendo que ficaria desempregado. Comprovadas as irregularidades durante sua gestão à presidência, renunciou somente quando um assessor de seu irmão – Deputado Estadual no Ceará - foi pego com duzentos mil reais numa valise e cem mil dólares escondidos nas calças, sem declaração de origem, durante uma fiscalização de rotina da PF no embarque no aeroporto de Cumbica em São Paulo. José Dirceu veio depois, desligando-se do comando do Ministério da Casa Civil e retornando à Câmara para cumprir seu mandato de Deputado Federal. Outros dois que caíram por conta própria, antes que alguém os derrubassem, foi o Deputado Federal Waldemar da Costa Neto e o Bispo Carlos Rodrigues, ambos do PL.

Ficaria horas dissertando sobre isso, mas não faltará a oportunidade de registrar somente essa infame história.

Xilindró neles

Memoria de 09/09/2005 - Paulo Maluf e seu filho Flavio Maluf, são presos nas dependências da Polícia Federal, sob acusação de por lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha, evasão de divisas e peculato. Parece que intimidação de testemunha também faz parte das acusações.

Agora é que o bicho começa a pegar. As imagens falam por si. Não tenho palavras que possam expressar tal acontecimento. Quem acompanhou os desmandos que essa figurinha carimbada fez durante suas gestões no Governo do Estado de São Paulo e na Prefeitura da Capital Paulista, provavelmente achará que isso demorou até demais. Agora falta cana para o Pitta. Na realidade, também falta o retorno do dinheiro desviado aos cofres públicos. Será que nessa caso volta? Nos casos Lalau e Jorjina ainda não voltou!

Vivaldo põe preto no branco

Memória de 05/09/2005 – Será decretada a prisão preventiva de Paulo Maluf, seu filho Flavio Maluf e Celso Pitta, por lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha, evasão de divisas e peculato. Apesar do processo correr em segredo de justiça a informação vazou para o noticiário. Vivaldo Alves, o doleiro que intermediou as transações do esquema, diz que milhões, mas milhões, foram desviados durante os anos de gestão do PPB na prefeitura de São Paulo. Túnel Airton Senna e Águas Espraiadas, apresentam provas irrefutáveis de fraude nas licitações e pilhagem dos cofres públicos. Existem outras obras, muitas outras com fortes indícios de irregularidades. Será que enjaulam Maluf e Pitta dessa vez?

Com tanta maracutaia rolando na praça, não é que ainda sobrou um espaço no noticiário para os Vivaldos, Maluf e Pitta. Está certo que o espaço anda reduzido, pois a concorrência está acirrada, mas voltaram com notícia de peso. Acredito que deveriam ser esquecidos pela mídia nacional, pois, demonstraram ser uns incompetentes até para desviar aquela mixaria de dinheiro. O que são algumas centenas de milhões desviados em dois mandatos municipais, em comparação, a quem sabe, bilhões desviados somente na metade de um presidencial.

É uma injustiça o que fazem com ele e justiça seja feita, ninguém nunca provou nada contra Paulo Maluf. Ele mesmo cansa de dizer isso. No caso dos milhões em paraísos fiscais, mesmo com sua assinatura autorizando transações, chegou a dizer na TV que, quem achasse aquele dinheiro poderia pega-lo para si que não era seu. Ainda não sei se acharam a grana, mas foram achar o Maluf quietinho, sentadinho no seu sofá, comendo tabule, assistindo aos desmandos do PT no noticiário da TV e, provavelmente, comentando com seus colegas partidários, que tais acontecimentos o ajudarão muito em seu regresso triunfal à vida pública.

Foi presidente da Caixa Econômica de São Paulo, no período de 1967 a 1969, obviamente com nomeação direta via Governo Militar. Filiado a ARENA, foi nomeado pelo mesmo Governo, Prefeito da cidade de São Paulo de 1969 a 1971. Durante essa gestão fez misérias com o erário. Deu 25 carros para os jogadores e comissão técnica da seleção tri-campeã de futebol e construiu o Elevado Costa e Silva, o famoso Minhocão, incrustado sutil e delicadamente por entre prédios, sem nenhuma preocupação arquitetonica, paisagística e ambiental com a cidade, provavelmente para facilitar o acesso de sua casa com a fábrica da Eucatex, a qual era Presidente.

Eleito indiretamente Governador do Estado, novamente pelo Governo Militar, exerceu o mandato de 1979 a 1982, onde continuou executando suas pérolas administrativas, sem perder o foco nos desmandos com os cofres públicos. Com a extinção da ARENA, filiou-se ao PDS e continuou seu trabalho social pelo estado. Construiu boa parte da Rodovia dos Trabalhadores, com custo por quilometro muito, mas muito acima dos praticados na época, fundou a PauliPetro e afundou o estado em dívidas, uma vez que nenhuma gota de petróleo foi extraída, mas centenas de poços artesianos foram cavados. Gastou uma fortuna em verbas de representação com jantares e gratificações, mas foram as flores e presentes que lhe causaram problemas, pois, foi condenado a devolver o dinheiro gasto, que em valores da época daria para construir uma COHAB inteirinha. Nessa época também surge o escândalo Lutfalla e o programa Pró-Família, com o objetivo de esterilizar mulheres negras. Não podemos esquecer a criação da ROTA e das intervenções policiais do batalhão de choque nas manifestações de grevistas que muito operaram nessa ocasião. Lembremos que o PT foi fundado em 1980, exatamente para se opor aos desmandos governamentais e apoiar o trabalhador.

Finalizado seu mandato à frente do Governo do Estado de São Paulo, pela primeira vez elege-se através do voto, deputado federal, mas só comparece em 3 das 654 sessões que deveria estar presente. É condenado a devolver à Câmara os jetons que recebeu indevidamente durante seu mandato. Como candidato do regime militar à Presidência da República, que na época era realizada indiretamente por um colégio eleitoral, Maluf comanda a campanha contra as Diretas JÁ. Concorre no mesmo colégio contra Tancredo Neves do PMDB e toma uma leve surra na plenária da Câmara. Daí em diante só vai tomando pau em tudo o que concorre, sendo ironizado pelo candidato Lula na campanha de 1989 como um candidato competente, que compete, compete, compete e não ganha nada.

Como padrinho do casal Fernando Collor e Rosane, apoia incondicionalmente a campanha de Fernando Collor de Mello do PRN, à Presidência da Republica. Essa história é bem conhecida. Fora COLLOR! Ah! É interessante lembrar que PC Farias, aquele assassinado pela suicida, foi um agente também do Paulo Maluf. Isso não é incrível?

Mas Maluf é insistente e se elege Prefeito da cidade de São Paulo, já que Luiza Erundina não conseguiu sustentar o PT para sucessão de seu mandato. Parece que o PT não se sustentar no Governo é histórico . Como sou burro por não ter enxergado isso antes. Que imbecil sonho de democracia eu tive.

Novamente à frente da prefeitura, Maluf inicia suas extravagâncias monumentais. Constrói o túnel Airton Senna e a avenida Águas Espraiadas, com valores infinitamente superiores à obras congêneres. Implantou o projeto Cingapura, que não saiu barato aos cofres públicos do município e criou o PAS (Programa de Assistência à Saúde), aquilo que já denominaram como a falencia da saúde pública no município de São Paulo. O pobre não conseguia ficar doente em paz. Nessa gestão, ele fez mais, muito mais. Usou os cofres públicos com incomparável propriedade. Fez caixa 2,3,4,5,6, muito caixa. Fez também o Pitta, aquele secretário medíocre que morreria esquecido por entre os anais municipais, mas que se achou importante e quis imitar o criador na sua própria gestão. Mania do homem querer imitar ao Criador. Maluf é insuperável. Ninguém conseguiu ainda superar o cemitério de Perus, onde foram enterrados quilos de presos políticos assassinados e vítimas do "Esquadrão da Morte". Ninguém tambem consegue superar suas frases de efeito, como "Se está com desejo sexual, estupra mas não mata" ou "As professoras não mal remuneradas, são é mal casadas". Sobre o Pitta? Já falei o que tinha que falar. Não merece mais que duas linhas.

Severino de bandeja

Memória de 02/09/2005 – Denuncias envolvem Severino Cavalcanti num esquema de cobrança de propina mensal de dez mil reais de dono de um dos restaurantes da Camara dos Deputados, ainda na época em que era 1º Secretário. Pelo amor de Deus Severino, dá um tempo para que eu possa meter o pau nos seus outros colegas de Congresso.

Já é notório que não é somente o dono do restaurante que não consegue mais engolir o Severino, mas seus colegas parlamentares também estão com ele atravessado na garganta. Carne de pescoço é assim mesmo. Mal apareceu a denúncia e PFL, PSDB, PDT e PV, já elaboraram uma carta onde pedem a licença do Presidente Bandejão. Educadamente, pedem licença. Licença para ele sumir do mapa. Mas Severino nega os fatos e a licença. Talvez seja por isso que o Severino quis oferecer um prato indigesto no Congresso nessa semana. Como é sócio indireto do restaurante em questão, queria que seus colegas experimentassem sua melhor especialidade: Pizza a moda Severino. Mas o pessoal pediu licença e não comeu. Também pudera. Quem só come de bandejão, não consegue impor pizza à ninguém.

Eu criaria o seguinte slogan: Nem só de mensalão vive o homem. Bandejão do Severino. O 1º Fast-Fode do Congresso. Cobrimos qualquer oferta da concorrencia.

Para registro histórico (desculpem eventuais repetições):
(1) PFL – Partido da Frente Liberal, foi fundado majoritariamente pelos podres dissidentes do PDS, tendo como um de seus ícones o famoso ACM – Antonio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza.
(2) PSDB – Partido Social Democrático Brasileiro, foi criado majoritariamente por fugitivos do PMDB, momentos depois do grande golpe eleitoral de 1985, onde a legenda elegeu muitos desses militantes, entre dezenas de Governadores, Prefeitos e Parlamentares, utilizando como sustentação eleitoral, o plano de estabilização econômica e inflacionaria comandado pelo então Dilson Funaro, Ministro da Fazenda durante o mandato presidencial de José Sarney. Preços congelados na marra durante quase meses, objetivando garantir a eleição de toda cúpula do partido. Quem não se lembra dos fiscais do Sarney? Quem não se lembra da falta de produtos e das enormes filas de espera nos supermercados para comprar carne ou leite? Quem não se lembra do confisco de boi no pasto? Quem não se lembra do empréstimo compulsório sobre veículos e combustíveis? Quem não se lembra dos preços dobrando, triplicando, dois dias após o pleito de 1986? PSDB igual a fugitivos do PMDB.
(3) PDT – Partido Democrático dos Trabalhadores, teve Leonel Brizola como um de seus ícones, que construiu em seu mandato governamental do Estado do Rio de Janeiro, os famosos CIASC’s, até hoje contestados como proposta pedagógica. O que os partidários gostariam mesmo de esquecer, foi a eleição de um Garotinho para o mesmo Governo anos depois.
(4) PV – Partido Verde, do famoso exilado político Fernando Gabeira, que sequestrou um Embaixador durante o regime militar, mas na sua volta triunfal ao Brasil, em consequencia da anistia política, decidiu ir na praia com um maio fio-dental de crochê. Também chamou a atenção quando importou sementes de maconha, com a justificativa de desenvolver pesquisas para novas fibras têxteis. O jargão das roupas de maconha pegou e todo drogado torceu pelo sucesso da idéia, a fim de incinerar-se para curtir um barato. Curiosidade a parte, é lembrar que o motorista do fusquinha utilizado no seqüestro foi o Franklin Martins, repórter da Globo e um dos libertados por conta desse seqüestro foi ninguém menos que José Dirceu.
(5) PDS – Partido Democrático Social, veio substituir a famosa ARENA, por ocasião da abertura política da nova república, que anistiou políticos e possibilitou a multi-partidarização do Brasil. Vários personalidades foram ícones desse partido, dentre eles, Paulo Maluf, Esperidião Amim e Delfin Neto. É oportuno lembrar que o PDS votou contra o movimento pelas Diretas Já de 1984.
(6) PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro, veio substituir o famoso MDB, por ocasião da abertura política da nova república, que anistiou políticos e possibilitou a multi-partidarização do Brasil. Também possuiu ícones com Ulisses Guimarães e Tancredo Neves. Já se foi a época das mentes memoráveis, sobrando ultimamente só as entidades deploráveis, como José Sarney, Orestes Quércia, Jader Barbalho e outros espíritos do mau.
(7) ARENA - Aliança Renovadora Nacional, foi o partido de sustentação do Regime Militar após o golpe de 1964. Em conseqüência da bipartidarização imposta pelo AI-2, extingue-se a UDN e seus militantes majoritariamente fundam a ARENA.
(8) MDB - Movimento Democrático Brasileiro, foi o partido de oposição consentido pelo governo militar. Sua oposição era relativa, uma vez que o estado atuava com mãos de ferro no controle e monitoramento de suas teorias e práticas políticas. Internacionalmente o Brasil era um país democrático de direito, com posição e oposição, no velho estilo norte-americano.
(9) UDN – União Democrática Nacional, foi um partido liberal e anti-populista, que congregava a burguesia e a classe média urbana, favorável ao capital estrangeiro e a iniciativa privada. Foi a maior instigadora das tentativas de golpes militares que se sucederam até a vitória em 1964. Foi extinta em 1965 pelo AI-2, quando surge o bipartidarismo.